Apresento-vos um texto da autoria da Elisabete, uma amiga. Leiam, acreditem é muito interessante!
Pensamentos em papel
Crónicas do aborrecimento
Ninguém
sabe ao certo como o Homem surgiu. Hoje, existe um oceano vasto de
teorias que visam explicar tal catástrofe, contudo, não se sabe qual
dessas teorias dita a verdade, isto é, se alguma o faz! Podemos então
cingir-nos ao que nos parece mais provável.
Os mais crentes falam da existência de uma ou de várias entidades divinas, tão poderosas que
com um mero estalar de polegar e médio tudo geraram de forma
espetacular e espontânea. Para mim: Tretas! E o que existia antes dessas
entidades? Antes de Deus, por exemplo? Por que razão o Seu rosto nunca
foi revelado? Digo mais: Quantos não se atrevem a usar o Seu nome para
benefício próprio? Dúvida: Se Adão e Eva foram os primeiros humanos e
tiveram filhos que povoaram a terra, não somos nós fruto de relações
incestuosas? Não é o incesto um pecado gravíssimo de acordo com a igreja
católica?
Mudando para uma teoria mais credível. Fósseis de
Neandertais são hoje encontrados por arqueólogos de todo o mundo. De
acordo com Charles Darwin, estes seriam formas primitivas da espécie
humana, Homo Sapiens Sapiens. Ao longo do tempo, teriam evoluído por um
processo denominado “Selecção Natural”, ou como mais facilmente o
conhecemos: Lei da Selva, A sobrevivência do mais forte. A teoria da
génese e evolução das espécies levada a cabo por Darwin foi alvo de
descrédito até ao surgimento da ciência moderna. Atualmente, somos
capazes de atribuir valor ao génio da época. Enfim, o mundo é tal e qual
como José Saramago descreveu antes da sua morte. A igreja nunca foi
apreciadora do descrédito que a ciência lhe proporcionava e prova disso
foi a Inquisição, especialista em eliminar mentes com motor
auto-suficiente.
Existe ainda uma outra teoria que procura fazer
uma comunhão entres as teorias extremistas previamente indicadas.
Astronautas antigos defendiam que não somos nada mais do que criaturas
criadas em laboratório por entidades extraterrestres. Há cerca de 6000
anos surgiu o povo Sumério, um dos primeiros povos a deixar registos
escritos que são atualmente estudados. Nas gravuras conservadas no que
hoje é o Irão, surgem entidades místicas com grandes poderes
sobrenaturais, com os quais criaram a grande cidade suméria, e na qual
assentava uma plataforma. Os investigadores crêem que essa plataforma
não poderia ter sido criada pelo próprio povo. Devido à sua estrutura,
teria requerido o uso de aparelhos modernos, como uma grua, por exemplo.
O povo sumério não é o único a retratar o poder dessas entidades ao
longo da história. Egípcios, Aztecas, Incas, Maias, Gregos, Romanos e
muitos outros povos descrevem criaturas místicas que desciam dos céus e
interagiam com eles. Chamaram-lhes Deuses e Semi-Deuses às criaturas que
surgiam dessas interessantes “interações”. Seriam Zeus, Baco, Vénus e
Apolo de facto alienígenas empreendedores de um grande projecto
científico? Terão influenciado mutações genéticas que originaram
Centauros numa tentativa de dar ao Homem a velocidade do cavalo? Não é
curioso? Povos tão distantes tiveram ideias de entidades superiores tão
semelhantes? Mas se de facto fomos gerados por extraterrestres, podemos
ver que a experiência lhes correu da pior forma possível.
Quem
sabe? Cada teoria tem os seus argumentos, bons ou maus. Em pleno século
XXI, a 12 de Agosto de 2012 ainda se desconhece a nossa origem e
propósito. Bem, se alguém a sabe ainda não se dignou a dizer-me. O que
tenho por certo é: Nasce-se, trabalha-se como um cão a vida inteira só
para agradar aos outros e, como se não bastasse, morre-se na ignorância!
Fernando Pessoa queixava-se da “dor de pensar”, eu queixo-me de, por
vezes, não pensar o suficiente. Mas sim, no fundo todos queremos ser
felizes como a Ceifeira e enchermos o peito com o seu canto e encanto de
ser feliz e não uma insatisfeita como eu. Eu e quase toda a gente!
Fomos, somos e seremos perpetuamente uns insatisfeitos. Caímos na rotina
e desafiamo-nos a procurar mais. Somos os únicos seres racionais que
hoje se conhecem, e em vez de usufruir da nossa clara vantagem deixamos
que o nosso instinto sexual, “Id” como Freud lhe chamaria, nos arraste
pela lama pelos cabelos. Quando o “Ego” acorda de tal afronta por
pressão do “Superego”, nada mais resta senão confusão, arrependimento e
vergonha. No fundo, não conhecemos a nossa origem. Não! Mas sabemos
perfeitamente que conseguimos ser seres desprezíveis, todavia,
escondemos o desgosto por trás de ilusões e floreados.
Elisabete Oliveira Teixeira
Porto, Portugal
12/08/12